O Governo angolano, através da Endiama, apresentou uma oferta totalmente financiada para comprar uma participação minoritária na De Beers, a gigante mundial dos diamantes. A proposta surge no momento em que a Anglo American decidiu vender os 85% que detém na empresa, operação que deverá ficar concluída até ao final deste ano.
O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, disse que Angola não quer controlar a De Beers, mas sim juntar-se a outros países produtores para garantir que a empresa continue independente e competitiva no mercado internacional. A ideia é formar um consórcio pan-africano com Botsuana, Namíbia e África do Sul, “para que ninguém tenha domínio exclusivo e para que a De Beers continue a ser uma empresa global, guiada pelo sector privado”.
A iniciativa vem reforçar a nova fase de relações entre Angola e a De Beers, que regressou ao país em 2022 depois de uma década afastada. Em parceria com a Endiama, a multinacional sul-africana assinou contratos de investimento mineiro para um período de 35 anos, com cinco anos reservados para prospecção. Hoje, a De Beers detém 90% do capital das concessões de Muconda, na Lunda-Sul, e de Lumboma, na Lunda-Norte, e já investiu mais de 33 milhões de dólares na fase inicial de prospecção.
Em Agosto, foi anunciada a descoberta de um novo campo de kimberlito no leste do país, o primeiro em mais de 30 anos, o que reforça a confiança na aposta angolana no sector diamantífero.
Soque Soque | Redactor
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