A União Europeia (UE) anunciou um financiamento de 50 milhões de euros para o desenvolvimento de cadeias de valor agrícola no Corredor do Lobito, numa iniciativa que visa colmatar o vazio deixado pela retirada dos Estados Unidos da América (EUA) desse segmento estratégico.
O anúncio surge num momento em que o governo norte-americano mantém indefinições quanto à sua continuidade no projecto, situação que se agravou com a suspensão do programa Mulheres na Agricultura Angolana (WAF), anteriormente apoiado pela Agência Norte-americana para a Cooperação Internacional (USAID). A medida afectou directamente mais de 20 mil mulheres camponesas, que contavam com o projecto para acesso a formação em técnicas de produção e diversificação de culturas.
A embaixadora da União Europeia em Angola, Rosário Bento Pais, destacou que este investimento reforça o compromisso europeu com o desenvolvimento sustentável do Corredor do Lobito, garantindo suporte às pequenas produtoras agrícolas e contribuindo para transformar a região num "eixo de crescimento económico".
A USAID havia previsto um investimento de cinco milhões de dólares para apoiar o WAF antes da sua interrupção, deixando incertezas sobre o futuro das mulheres que dependiam do programa. Com o novo financiamento europeu, espera-se a reestruturação da produção agrícola e a criação de condições para a manutenção da ferrovia e a construção de silos, essenciais para a dinamização da cadeia produtiva.
A União Europeia reforçou ainda que o investimento se insere numa estratégia mais ampla de apoio à segurança alimentar e ao fortalecimento da economia local, impulsionando o potencial agrícola da região e criando novas oportunidades de negócios para pequenos e médios produtores.
Franscisco Soque | Redactor
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