05-04-2025
Economia

Tributação incompatível com realidade local alimenta economia informal
Um relatório do Centro de Investigação Econômica da Universidade Lusíada (CINVESTEC) revela que cerca de 80% da economia angolana opera na informalidade, com apenas 2% das empresas mantendo actividades formalizadas de forma contínua.
De acordo com o estudo, 9,5 milhões de angolanos trabalham na economia informal, contra apenas 2,7 milhões com empregos formais. O diretor do CINVESTEC, Heitor Carvalho, critica o actual sistema tributário: "Temos normas complexas que não dialogam com a realidade dos pequenos negócios. Enquanto não simplificarmos, continuaremos a empurrar empreendedores para a informalidade".
O Instituto Nacional de Estatística (INE) deixou de publicar dados sobre informalidade no último trimestre, levantando questionamentos. Quando divulgados pela última vez, os números mostravam que 78,4% dos trabalhadores angolanos estavam na economia informal.
Especialistas sugerem medidas urgentes:
- Reforma tributária simplificada
- Criação de plataformas digitais para pagamentos
- Redução da burocracia para formalização
- Foco no combate a crimes econômicos graves em vez de pequenos negócios
"Precisamos tornar a formalização atractiva. Hoje, o sistema penaliza quem tenta regularizar-se", conclui Carvalho. O relatório destaca que a solução passa por adaptar as políticas econômicas à realidade local, em vez de copiar modelos de países desenvolvidos.
Enquanto isso, pequenos empresários continuam a enfrentar o dilema: arcar com custos elevados de formalização ou operar na marginalidade. O governo ainda não se pronunciou sobre as críticas do estudo.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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