O Tribunal de Contas chumbou a compra de mais 600 autocarros de marca Volvo, com vista à melhoria da mobilidade urbana em Angola, num investimento de 323 milhões e 500 mil euros.
Segundo o que foi revelado por uma fonte ao Jornal Valor Económico, a instituição "chumbou" sem, no entanto, adiantar as causas, enquanto o Ministério dos Transportes acredita ser possível "reverter" a situação.
"O Tribunal de Contas chumbou, mas ainda é possível revertermos a situação". disse uma fonte do sector dos transportes.
De informar que a despesa de 323,5 milhões de euros para a aquisição de 600 autocarros, autorizada pelo Presidente da República, representa um aumento de mais de 100% do preço médio por unidade, em relação às compras destes meios realizadas no passado, algo que foi muito contestado pela opinião pública.
Os autocarros deveriam ser adquiridos no âmbito do ‘Programa de Expansão dos Transportes Públicos’ que iniciou em 2019, englobando o programa de mobilidade escolar que estava em curso desde 2016 quando foram autorizadas despesas de 383,5 milhões de dólares para aquisição de 1.500 autocarros, fixando o custo por unidade, vendidos pela Asperbras, em cerca de 255.666 dólares.
A despesa aprovada foi a quinta, a contar de 2016, sendo todas para a aquisição de autocarros, além de outras duas para a compra de mini autocarros, no âmbito do programa de melhoria do transporte público.
As duas últimas despesas foram aprovadas em 2022. Em Dezembro desse ano, o Presidente da República autorizou a despesa de 136,650 milhões de dólares para a compra de 500 autocarros, equipamentos e serviços de assistência técnica, num contrato que seria celebrado entre o Ministério dos Transportes e a empresa Adone Project Management. Contas feitas, cada autocarro custou cerca de 273.300 dólares, registando-se um aumento de cerca de 114% comparativamente à nova despesa autorizada por João Lourenço.
