04-04-2025
Economia

Sector diamantífero atinge 2% do PIB com crescimento recorde
O sector da extracção de diamantes e minerais metálicos alcançou 2% do Produto Interno Bruto (PIB) nominal de Angola em 2024, um marco inédito, correspondendo a 1 586,5 mil milhões Kz, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). O crescimento do sector foi de 80,2% em relação a 2023, impulsionado, sobretudo, pela mina do Luele, que, no seu primeiro ano de operação, extraiu mais de 6 milhões de quilates, contribuindo para que a produção nacional de diamantes brutos ultrapassasse 13,9 milhões de quilates, um recorde histórico.
O desempenho da central de tratamento da mina de Catoca também ajudou a consolidar este avanço.
Em dólares, o PIB nominal do sector subiu 43%, passando de 1 275,8 milhões USD em 2023 para 1 823,8 milhões USD em 2024. No contexto geral, o PIB nominal de Angola atingiu 81,1 biliões Kz, registando um aumento de 4,4%, o maior desde 2014.
A evolução do sector ao longo da última década tem sido expressiva. De 2014 a 2024, o PIB da extracção de minérios e diamantes cresceu 1 714% em kwanzas, e 105% em dólares.
A economista Leonora Nhanga destaca que a indústria de diamantes pode continuar a crescer, impulsionada pela instalação de um segundo moinho na mina do Luele. Estimativas para 2025 apontam para uma produção de quase 15 milhões de quilates, gerando 2,1 mil milhões USD, um novo recorde.
Apesar do crescimento da produção, as exportações de diamantes caíram 2% em 2024, totalizando 1 536,0 milhões USD, sendo o segundo ano consecutivo de queda. As vendas externas de diamantes representaram 4% das exportações totais do país, enquanto o preço médio do quilate caiu 12%, situando-se em 143,9 USD, abaixo dos 163,0 USD registados em 2023 e dos 213,7 USD de 2022.
O sector conta com 42 cooperativas de produção semi-industrial e 25 empresas de exploração, sendo que 29 minas permanecem inactivas devido a limitações técnicas e financeiras. As operações diamantíferas concentram-se nas províncias da Lunda Norte, Lunda Sul, Cuanza Sul, Malanje e Bié, empregando 28 826 trabalhadores.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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