15-06-2025
Economia

Produtos agrícolas, alimentos e viaturas estão entre os bens com maior aumento de preços num ano, aponta INE
Os preços dos bens importados continuam a subir em Angola, com destaque para produtos agrícolas, animais vivos, alimentos, plásticos, borrachas e viaturas, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a Dezembro de 2024.
De acordo com o Índice de Preços dos Bens de Exportação e de Importação (IPEI), os produtos agrícolas e animais vivos registaram a maior variação homóloga, com um aumento de 61,0%, seguidos dos plásticos e borrachas (57,7%), viaturas e outros meios de transporte (48,7%), produtos alimentares (33,1%) e máquinas e aparelhos (27,0%). Em média, os preços dos bens importados subiram 20,8% num ano.
Em termos mensais, os preços subiram 0,7% face a Novembro. Os produtos químicos (10,4%), os alimentares (3,5%) e os agrícolas (1,8%) destacam-se entre os que mais pesaram nesta subida.
Para o economista Agostinho Mateus, este aumento revela fortes pressões inflacionárias nos sectores essenciais ao consumo familiar e à actividade empresarial. O especialista sublinha que Angola mantém uma elevada dependência das importações, em especial no sector alimentar e automóvel.
Além disso, aponta limitações estruturais na cadeia de abastecimento interno, com infra-estruturas logísticas frágeis, o que amplia custos e dificulta a resposta nacional à escassez. Estas fragilidades reduzem o poder de compra das famílias e aumentam os custos de produção das empresas.
Já o economista Gaspar João chama atenção para o impacto da subida do gasóleo, que agrava os custos no transporte de mercadorias. Acrescenta que a desvalorização do Kwanza — 39,2% em 2023 e 9,1% em 2024 — tem pressionado os preços e afectado directamente a capacidade de compra dos consumidores.
No caso das viaturas, o especialista nota que o encarecimento resulta de uma combinação de factores estruturais e conjunturais, como o aumento da inflação internacional, a desvalorização cambial, a subida dos fretes e os efeitos da tensão geopolítica global sobre o comércio internacional.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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