15-07-2025
Cooperação & Negócios

EUA e China disputam influência na África Austral com foco no Corredor do Lobito
A África Austral, que inclui países como Angola e Moçambique, está no centro da disputa estratégica entre os Estados Unidos da América e a China, numa luta global pelos recursos naturais, segundo a consultora britânica Oxford Economics.
Num relatório partilhado com investidores, a consultora sublinha que esta rivalidade ganhou força após a China anunciar a eliminação de tarifas sobre produtos de 53 países africanos. Esta medida aumentou a importância geopolítica da região, colocando-a na linha da frente da competição global.
Enquanto a China reforça a sua presença com investimentos estruturais de longo prazo — como estradas, ferrovias e energia — os Estados Unidos optam por uma abordagem mais directa e estratégica. Uma das suas principais apostas é o Corredor do Lobito, que visa facilitar o escoamento de minerais e dinamizar as exportações da região.
O Corredor do Lobito é considerado uma alternativa viável a rotas com estradas degradadas e longas filas nas fronteiras. A infra-estrutura inclui o porto do Lobito, o Caminho de Ferro de Benguela (CFB) e vários terminais logísticos ao longo de uma linha férrea de mais de 1.300 quilómetros, atravessando Benguela, Huambo, Bié e Moxico até à República Democrática do Congo.
Este projecto é operado por um consórcio europeu liderado pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, com uma concessão de 30 anos. Em Junho, o Fundo Soberano de Angola (FSDEA) e o empresário israelita Haim Taib anunciaram uma nova plataforma para mobilizar mil milhões de dólares em investimentos no Corredor, com um valor inicial de 100 milhões já assegurado.
Com estratégias distintas, mas objectivos semelhantes, EUA e China posicionam-se cada vez mais como actores decisivos no futuro económico da África Austral.
Francisco Soque | Redactor
Foto: DR
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