A dívida pública externa de Angola fechou o primeiro semestre em 47,4 mil milhões USD, menos 508 milhões face a Dezembro de 2024. Feitas as contas, cada um dos 36,2 milhões de habitantes deve hoje cerca de 1.310 USD ao estrangeiro, segundo cálculos do Expansão com base em dados do Ministério das Finanças.
A China, que já chegou a ser o maior credor, mantém-se entre os principais, mas com peso menor. Do total, 13,4 mil milhões USD estão ligados a bancos chineses. Isso significa que cada angolano deve agora 371 USD ao gigante asiático, quando em 2017 a média era de 818 USD. A redução equivale a mais de metade em sete anos, reflexo da estratégia do Governo de acelerar pagamentos e reduzir a dependência do modelo oil-backed, garantido pelo petróleo.
A dívida comercial, sobretudo com bancos estrangeiros, continua a liderar com 40% do total, sendo a maior fatia concentrada em instituições chinesas e no britânico Standard Chartered. Já as instituições multilaterais, como Banco Mundial, FMI e BAD, representam 21%. Os eurobonds absorvem 19% e a dívida bilateral 8%, onde a China volta a liderar com 2,2 mil milhões, seguida de Portugal (251 milhões) e Canadá (217 milhões).
Para o economista Yuri Quixina, ouvido pelo Jornal Expansão, o recuo da dívida é positivo, mas tem custos: “No nosso caso tem sido o aumento continuado de impostos, matando empresas e empregos. Quem paga a dívida do Estado são os cidadãos. Sem crescimento económico sustentável, o sacrifício será maior e a pobreza tende a expandir-se”, alertou.
Soque Soque | Redactor
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