crédito bruto ao sector não financeiro angolano atingiu 7,7 biliões de kwanzas em Fevereiro de 2025, representando um crescimento de 1,4 biliões kz em comparação com o mesmo mês de 2024, segundo o relatório do Banco Nacional de Angola (BNA).
Do total, 88,3% do crédito destinou-se ao sector privado – nomeadamente empresas privadas e particulares –, enquanto o sector público absorveu 11,7%, o que corresponde a 895,4 mil milhões kz.
Neste grupo, a Administração Pública representa 59,8% do valor e as empresas públicas 40,2%, traduzindo um acréscimo anual de 124 mil milhões kz.
O crédito em moeda nacional cifrou-se em 6,2 biliões kz, reflectindo uma subida de 1,6 biliões kz face a Fevereiro de 2024 e de 232,8 mil milhões kz relativamente a Dezembro do mesmo ano.
O endividamento das empresas privadas alcançou 5,3 biliões kz, com um crescimento de 1,1 bilião kz, enquanto os particulares representaram 1,5 biliões kz, num acréscimo de 228,7 mil milhões kz.
O crédito ao sector real registou 1,6 bilião kz, com um aumento de 382 mil milhões kz face ao período homólogo. A principal contribuição veio da indústria extractiva, que recebeu mais 230,7 mil milhões kz.
Ao abrigo do Aviso 10/2024, que visa o fomento do sector real, foram canalizados 1,3 bilião kz, o que representa 82% do crédito ao sector real e 18,2% do crédito total do sistema bancário.
Em comparação com Fevereiro de 2024, registou-se um aumento de 365,6 mil milhões kz, impulsionado sobretudo pelo subsector da indústria transformadora, que absorveu 272,8 mil milhões kz.
A indústria transformadora foi o principal destino dos financiamentos, com 748 mil milhões kz (45,8% do stock), dos quais 721 mil milhões kz no âmbito do Aviso 10/24.
A indústria extractiva captou 555,7 mil milhões kz (34,1%), com 336,9 mil milhões kz concedidos sob regulamentos do BNA.
A agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca foi o terceiro sector mais beneficiado, com 328,3 mil milhões kz (20,1%), sendo 280,2 mil milhões kz também atribuídos no quadro dos avisos sobre fomento ao crédito.
O relatório reafirma a tendência de canalização de crédito para áreas estratégicas da economia, com destaque para a produção nacional, contribuindo para a diversificação da economia e redução da dependência do petróleo.
Francisco Soque | DR
Foto: DR
