O BPI encerrou o primeiro semestre de 2025 com um lucro consolidado de 274 milhões de euros, uma quebra de 16% face ao mesmo período do ano anterior. A descida foi suavizada pelo contributo positivo do Banco de Fomento de Angola (BFA), que acrescentou 43 milhões de euros ao resultado, mais 5% do que em 2024.
Apesar deste contributo, o banco português vai avançar, em Setembro, com a venda de cerca de 15% do BFA, cumprindo uma exigência do Banco Central Europeu.
A actividade doméstica do BPI totalizou 241 milhões de euros, também menos 16%. Em Moçambique, o BCI contribuiu negativamente com 10 milhões, penalizado por imparidades de 29 milhões relacionadas com o “downgrade” do rating do país.
A redução do lucro está associada sobretudo à quebra de 10% na margem financeira (441 milhões de euros) devido à descida das taxas do Banco Central Europeu, e à redução de 11% nas comissões (150 milhões de euros).
Em termos operacionais, a carteira de crédito cresceu 7% para 32,4 mil milhões de euros, com destaque para um aumento de 3% nos empréstimos a empresas e de 6% no crédito à habitação. Já o crédito ao consumo recuou 6%.
Os depósitos aumentaram 5% para 31,9 mil milhões de euros e o rácio de capital CET 1 manteve-se robusto, em 14%, acima dos 9,4% exigidos.
João Pedro Oliveira e Costa, CEO do BPI, confirmou que o IPO do BFA avançará no final de Setembro:
“É a maior operação em Angola e uma das maiores em África. Apesar de alguma preocupação com a situação no país, estamos convictos de que o processo avançará como planeado”.
O banco português já utilizou 62% da quota de crédito com garantia do Estado para jovens até 35 anos e admite pedir um reforço ao Governo.
Francisco Soque | Redactor
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