As acções do Banco de Fomento Angola (BFA) estrearam-se esta terça-feira na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva) a subir 25 por cento, para 61.875 kwanzas, no limite da valorização permitido pela regulação.

A estreia foi marcada por forte procura, reflexo do interesse já demonstrado na Oferta Pública de Venda (OPV), em que a procura superou largamente a oferta. “O rateio ficou entre 19 e 20 por cento, o que significa que muitos investidores não conseguiram satisfazer as suas ordens”, explicou o analista de mercados Silveira Nunda, acrescentando que a valorização poderia ter sido ainda maior sem o tecto imposto pela Bodiva.

Apesar da valorização, a negociação no primeiro dia foi limitada: apenas 63 acções foram transaccionadas em seis operações, movimentando 3,8 milhões de kwanzas. Para o especialista, isso explica-se pela escassez de venda. “Existem ordens de compra de centenas de milhares de acções, mas poucos querem vender porque acreditam que o preço pode duplicar ainda na primeira semana.”

Silveira Nunda lembrou que, à excepção do BAI, todos os IPO posteriores em Angola registaram valorização de 100 por cento em menos de dez dias. O analista destacou ainda a forte presença de investidores institucionais na estreia do BFA, algo que não se verificou em operações anteriores.

A OPV do BFA foi a maior de sempre na Bodiva, envolvendo 29,75 por cento do capital social do banco. O BPI alienou 14,75 por cento, arrecadando cerca de 103 milhões de euros, enquanto a Unitel vendeu 15 por cento, no valor de 116 milhões de euros.

Soque Soque | Redactor

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