A ministra das Finanças, Vera Daves, revelou que Angola poderá solicitar assistência financeira ao Fundo Monetário Internacional (FMI), na sequência da acentuada queda do preço do petróleo bruto nos mercados internacionais.
Em declarações à Reuters, à margem das Reuniões de Primavera do FMI e do Banco Mundial, em Washington, a governante explicou que o Executivo está a realizar testes de "stress" para avaliar os potenciais impactos nas finanças públicas.
Angola, segundo maior exportador de petróleo bruto da África Subsaariana, construiu o Orçamento Geral do Estado para 2025 com base num preço de 70 dólares por barril. No entanto, o petróleo Brent tem sido negociado abaixo dos 60 dólares, o que representa o nível mais baixo dos últimos quatro anos. O contrato fechou em 66,91 dólares na última sexta-feira, afectado por novas tarifas anunciadas pelo Presidente norte-americano Donald Trump no início de Abril.
De acordo com Vera Daves, uma descida mais acentuada, para a casa dos 45 dólares, poderia forçar o país a rever o orçamento em vigor. "Uma queda menor nos preços do petróleo pode ser gerida com contenção de despesas, mas um choque mais profundo exigiria medidas mais estruturais, incluindo um orçamento suplementar", disse.
A ministra informou ainda que o Governo está a implementar estratégias para reduzir a vulnerabilidade fiscal, nomeadamente através do reforço da administração tributária, melhoria da cobrança do imposto predial e fiscalização mais apertada.
Apesar do desejo de regressar aos mercados internacionais de capitais, Vera Daves esclareceu que tal operação não está prevista para breve.
Francisco Soque | Redactor
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