Apenas uma das 11 empresas licenciadas para a exploração de ouro na província de Cabinda está actualmente em actividade, facto que levou o Governo a iniciar o processo de retirada das licenças às restantes operadoras, por ausência de resultados práticos.
A informação foi prestada ontem pelo secretário dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Henrique Bitebe, que confirmou que o Complexo Mineiro do Luezi, com um investimento de cerca de 18 milhões de kwanzas, é a única empresa que mantém operações regulares no município de Buco Zau, com uma produção média de seis quilos de ouro por mês, comercializados sobretudo no mercado internacional.
“As outras dez empresas vão perder as licenças de exploração, que serão entregues a operadoras com capacidade técnica comprovada”, afirmou o responsável, acrescentando que novos processos de licenciamento estão temporariamente suspensos.
Bitebe alertou ainda para o crescimento do garimpo ilegal na região, que se tem intensificado apesar das acções repressivas da Polícia Nacional. Segundo o secretário, já existem zonas onde a extracção clandestina é feita com meios mecânicos sofisticados, muitas vezes por empresas com licença válida, mas que preferem operar fora da legalidade para evitar obrigações fiscais e regulatórias.
O ouro extraído em Cabinda tem grande valor no mercado devido às suas propriedades industriais, como alta condutividade eléctrica, resistência à corrosão e durabilidade, sendo usado em diversos sectores da economia global.
Francisco Soque | Redactor
Foto: Ed. Novembro
